segunda-feira, 5 de março de 2012

O direito de viver à mercê

O direito de viver à mercê
(Vinícius Andrade)

Não gosto de política, nem nasci pro trabalho
não sei o que é jesuíta e não condeno baralho
quero ter mil quatrocentos e vinte cinco filhos
e educá-los a sempre viver fora dos trilhos.

Não gosto de hierarquia, somos todos iguais
seres tão fedidos, não somos mais que animais
quero dizer que discordo desse conceito de mundo
e, claro, aceito então ser taxado vagabundo.

Tiraram do meu futebol a emoção do improviso
tiraram-me o alcohol, agora nem mais dirijo
era uma vez uma fábula chamada salário
o teu aplauso agora há de ser meu honorário.

Privaram nossos corações dos prazeres da vida
encheram nossas visões com redobradas mentiras
e ainda que o tempo hoje corra bem mais rápido
acho, quem sabe, que deu pra deixar o meu recado.

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