sábado, 30 de abril de 2011

Meia-Noite


Meia-Noite
(Vinícius Andrade)

é meia a noite
mas a solidão se faz inteira

17 de Fevereiro


17 de Fevereiro
(Vinícius Andrade)

quando eu era um moleque de onze anos
vivia os meus dias sem contextos
vidrava apenas numa bicicleta
me apavoravam todos os anos bissextos

um belo dia acordei nus dezesseis
e só queria abraçar meu violão
tremia todo de pensar na vida
me despertavam medos tolos sem razão

então fui logo ali virar rebelde
andar por onde não era seguro
busquei sentir o calibre do perigo
me destravar pra qualquer alvo do futuro

Fiz vinte e qualquer coisa há poucos dias
Mas gravo apenas o momento que te vi
num bloco, fevereiro, carnaval
beleza nunca vista por aqui

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sustentabilidade


Sustentabilidade
(Vinícius Andrade)

a habilidade humana de destruir
o hábil vigor para gerar moedas
os campos de sangue dos outros
além do choro dos relacionados

a capacidade desumana de ir
contra a naturabilidade padrão
a economia que gasta por gastar
poucos loucos estão desapontados

a neutralidade que é minha e sua
faz ações voltarem a discussões
o plástico posto dentro do 'vidro'
brocha um mundo reciclável

a voracidade de palavras sutis
fez-me pensar num bom 'será?'
pois talvez haja alguma chance
se as mentes se sustentabilizar

terça-feira, 26 de abril de 2011

Doce Oração (para se esquecer uma mulher)


Doce Oração (para se esquecer uma mulher)
(Vinícius Andrade)

(este poema deve ser lido juntamente à execução desta música - link)

tiramisu...as facetas da mente
tirami(, Deus, )su...as provocações
tiramisu...as mãos de cunho ardente
tiramisu...as dilacerações

tiramisu...a pele a encostar
tiramisu...a cor marrom que encanta
tiramisu...a camisa polo branca
tiramisu...a loucura tosca!

Tira me a las arañas.

meia hora de pensamento


meia hora de pensamento
(Vinícius Andrade)

Com vontade de ver, vim a pé
da ouvidor ao flamengo,
andando breve, mas revendo
tudo aquilo que eu já sei que é

São 25 anos de muito nada
perto de um universo
que confabula e conjura ao inverso
da nossa tão inconstante toada

Mas no caminho, isso é importante,
estavam todos aqueles
poeiras, pedras, asfaltos e seres
e registrei só o desinteressante

Vim a pé pra que não me esqueça
se hoje sou rei sob a mesa
amanhã perderei a destreza
e não me adiantará qualquer pressa

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Chuva para Rodrigo


Chuva para Rodrigo
(Vinícius Andrade)

Enquanto penso no que escrever,
chove.

Você,
dorme.

Os teus, meus, nossos, os deles, tudo
ou já está todo molhado de chuva,
ou afogou os pés bem lá no fundo.
Seco ou molhado, o pensamento em ti
forte.

Viemos quatro dar-te um abraço
e três anos depois do último papo
também dois meses daquele chopp
amanhã, um dia após, 'até logo'
A gente novamente
some

domingo, 24 de abril de 2011

Páscoa Fútil


Páscoa Fútil
(Vinícius Andrade)

Cristo,
o que é isto?
Ele renasce, mas nós só comemos
chocolates vazios de sentimentos

o que é isto,
Cristo?
queremos tanto abrir nossas bocas
mas ninguém liga pra coisas tolas

A Páscoa pode ser tão inútil...